terça-feira, 4 de novembro de 2014

Exercício BVR/2 Sabre, uma analise

Por Rodney Adorno



Exercício BVR/2 Sabre (2014)



Um elemento de F-5EM retorna de uma missão do exercício BVR, 
o líder carrega um míssil IR na estação da ponta da asa direita, 
carga necessária para uma simulação mais fiel do emprego deste tipo de arma, 
já o seu ala logo atrás carrega os trilhos de lançamento do míssil BVR Derby.

Recentemente a Força Aérea Brasileira realizou o Exercício Operacional BVR2 / Sabre, na Base Aérea de Anápolis - GO, que ao contrário do que o próprio nome poderia sugerir, o exercício contou não só as unidade de caça equipadas com mísseis BVR (beyond visual range / além do alcance visual), como também outras unidade de combate e apoio, reunindo mais de 500 militares de 15 esquadrões e mais de 60 aeronaves por um período de um mês a partir do dia 18 de agosto de 2014. O exercício teve duas fazes, a primeira dedicada exclusivamente aos combates BVR com os caças apoiados pelos aviões-tanque KC-130, e AEW E-99, na segunda fase o exercício passou a utilizar operações em pacote envolvendo também  outras aeronaves ali presentes para o mesmo evento, incluindo por exemplo missões de ataque ao solo.





Shoot validation


Como os combates são simulados, para permitir a evolução e continuidade de um combate envolvendo grande número de aeronaves dependentes de cada evento de abate, os disparos e respectivos abates durante o exercício recebem uma validação inicial em "tempo real", para que isto seja possível, é adotado o seguinte procedimento, um grupo de pilotos e controladores "neutros" conhecidos como “célula de shot validation”, agem como árbitros e acompanha os combates dentro dos centros de controle monitorando os movimentos das aeronaves através dos radares em operação naquela região, quando determinado piloto declara: "Fox-3, bullseye 290,36, angels 22", a equipe o controladores acompanha as manobras do "alvo" naquela posição informada e com base na posição e vetor do atirador e também o tempo de voo do míssil, podem avaliar seu possível desempenho e em caso factível, declaram o abate.

Depois do pouso, mais informações são colhidas de cada aeronaves, como a gravação de dados do voo, que inclui a câmera do HUD, gravação do radar, RWR, rádio, GPS e etc, feita com a retirada de um cartucho de transferência de dados da aeronave. As informações são vistas em forma de vídeo e assim os dados colhidos e inseridos em planilhas que são então transformadas em uma animação.  


Cartuchos DTC, servem tanto para alimentar os sistemas da aeronave com 
dados do planejamento da missão como para gracação de dados da missão executada 
para uma posterior avaliação na crítica de voo.


A validação de tiro é muito mais do que determinar quem venceu o combate ou quem abateu quem, ela serve para analisar o emprego de táticas, tomada de decisões e etc. Os pilotos então se reúnem e assistem a reconstituição do combate na animação, o que permite uma visão global do engajamento, tornando possível ver onde cada aeronave estava segundo a segundo, bem como todos os lançamentos simulados de mísseis, assim passam a saber exatamente como tudo aconteceu. Quem errou tem a oportunidade de aprender com os próprios erros, e quem acertou tem a oportunidade de melhorar seu desempenho.


Um militar da FAB compila dados colhidos pelo DTC, 
pode se ver monitor imagens de vídeo do HUD, Radar e RWR.

Reconstituição do combate

Em um dos vídeos divulgados pela FAB sobre o evento, podemos ver o trecho de uma reconstituição de um combate onde há sete ícones de aeronaves, cinco facilmente identificáveis como F-5M, já outros duas de um mesmo elemento que fazem um voo em formatura cerrada aparentemente simbolizam aeronaves F-16 que obviamente não estavam presentes naquele exercício.


O combate analisado neste artigo é exibido a partir do ponto 08:21 deste vídeo.

Os ícones das aeronaves estão devidamente etiquetadas, dois F-5M "JB 01" e "JB 02"  que sugerem o callsign  JAMBOCK, e três aeronaves F-5M "PP 01", "PP 02" e "PP 03X" que sugerem o callsign PAMPA, as outras duas aeronaves cujos ícones (F-16) não fazem muito sentido, têm etiquetas "BU 01" e "BU 02X", suponho que "BU" correspondam ao callsign "BRUXO" das aeronaves R-35A/AM, hipótese que será sustentada até o fim deste artigo. As aeronaves com sufixo "X" aparentemente não se envolvem no engajamento, suponho que estavam no papel "Chasse" talvez fazendo arbitragem do exercício. São exibidas também as linhas de visada da locagem e modos de operação do radar.


A partir do trecho do combate no vídeo da FAB colhi alguns frames com os eventos mais importantes, os quais são comentados em seguida:



Eventos na linha do tempo:


00:01  (8:22 do vídeo) 














O elemento formado por BU01X e BU02 voam na proa noroeste e aparentemente é acompanhado pelo elemento PP01 e PP02, eu não diria que estivesse fazendo escolta, mas certamente BU e PP são aliados pertencentes ao time azul, portanto é de se esperar que os Pampas deveriam defender os "Bruxos". PP02 voa bem a frente de PP01 numa formatura "Trail" (reboque) com separação de 25Km.

JB01 vem em seu ataque com proa sudoeste-sul efetuando locagem TWS-STT contra um BU02, a distância entre JB01 e BU02 é de aproximadamente 25 Km. 

JB02 vem em uma curva à esqueda engajando o PP02, curiosamente o Jambock utiliza o modo de locagem TWS-HPT, certamente queria muito chamar a atenção de seu alvo PP02, que retribui o engajamento com uma locagem TWS-STT, numa distância de cerca de 8 Km.

Os Jambocks parecem executar uma clássica tática "isca-atirado" e seu alvo principal seria  um dos bruxos. O PP02 observa o combate de longe com uma rápida bugagem RWS-SAM no seu colega PP01. O PP03X não se envolve. 


00:02 (08:23 do vídeo)














JB02 curva violentamente à esquerda e quebra sua locagem evadindo-se da área, como uma isca para o PP02 que o persegue. JB01 prossegue em seu ataque contra o elemento BU


00:05 (08:28 do vídeo)














PP02 aponta e logo dispara um míssil contra o JB02 numa distância de cerca de 8 Km, vemos um cone de emissão radar partindo do míssil (Derby disparado em modo já ativo). PP01 também efetua uma locagem RWS-STT contra o JB02 certamente em busca de informações para construção de sua consciência situacional. JB01 aproxima-se cada vez mais de BU01X e BU02 que não demonstram reação.



00:07 (08:30 do vídeo)















JB01 também dispara um míssil contra o BU02 (Eu diria que este é um míssil orientado por infravermelho, pois não vemos um cone como no míssil disparado pelo PP02) . PP02 segue JB02 enquanto seu míssil voa em direção a seu alvo.



00:11 (08:34 do vídeo) 


JB02 é atingido pelo míssil do PP02, JB01 continua impunemente em direção ao BU02 assim como seu míssil. 


(08:35 do vídeo)















O míssil do JB01 atinge seu alvo (eu diria que o BU02). Fim do trecho do vídeo da FAB.



Conclusões 



As aeronaves BU01 e BU02 estavam usando ícones do F-16 mas tudo indica que tratavam se das aeronaves Lerjet 35 utilizadas pela FAB para missões elint, a cor de seus ícones azul claro ou cinza não distinguível, sugere se tratarem de aeronaves de apoio, simbolismo também visto em reconstituições dos combates simulados da CRUZEX flight 2013.

Foram vistos no exercício os Leajets R-35A (FAB 6001) exposto nos portões aberto daquele evento e o obscuro R-35AM (FAB 6005) recentemente modernizado do 1°/6° GaV Esquadrão Carcará  já um tanto mais oculto.

As aeronaves F-5EM callsign "Jambock" pertencem ao 1°/1° GAvCa Esquadrão "Senta a Pua" da Base Aérea de Santa Cruz - RJ, já os F-5EM callsign "Pampa" pertencem ao 1°/14° GAv Esquadrão "Pampa" (PP pode também ser relacionado ao callsign "Pif-Paf" do 2°/1° GAvCa de Santa Cruz)

O JB01 aparentemente utilizou um míssil de orientação infravermelho. Já o JB02 embora estivesse engajando o PP02 "cara-a-cara" não fez um disparo, no primeiro frame ele já executava uma curva à esquerda e estava aparentemente entrando nos limites de acoplamento do Python por HMD, a uma distância de 8,5 Km, sua decisão de evadir fortalece uma possível intenção de emprego da tática "isca atirador", pois é de se supor que ele teria melhores condições de acoplamento contra outro F-5 (motor mais quente, uma fonte melhor de IR) a uma distância de 8,5 Km, (que suponho, salvo engano) melhor do que a conseguida pelo JB01 contra o BU02. Neste caso, JB02 atrasou no momento de evadir em sua tática "isca atirador", em partes a tática pode ter dado certo pois a "isca" (JB02) chamou a atenção de ambos PP02 e PP01 e o "atirador" conseguiu abater o BU02 aparentemente sem ser notado, mas o atraso em evadir por parte do JB02 foi fatal devido ao alcance maior dos mísseis BVR do PP02, com mais folego para um engajamento contra um alvo de baixo aspecto. 

Tudo indica que neste combate JB01 e JB02 estavam restritos ao emprego de mísseis IR de curto alcance, o que explicaria o uso de uma tática do "isca atirador", uma necessidade de chegar mais perto para disparo de uma arma de curto alcance cotra aeronaves protegidas por (ou exatamente contra) aeronaves equipadas com mísseis BVR. O fato de JB02 não disparar contra o PP02, com cerca de 90° off-boresight, pode indicar também a possibilidade deles não estarem simulando o uso da combinação HMD + Python, provavelmente estando restritos a um míssil IR de capacidade inferior.

O míssil orientado por radar disparado pelo PP02 voou por cerca de 11 Km antes de atingir seu alvo em 6 segundos, o alcance do leque do radar exibido na reconstituição do combate tem cerca de 11 Km, que se corresponder ao alcance real do radar orgânico do Derby, seria algo em torno de 6 milhas náuticas, a título de comparação, o radar do AIM-120 AMRAAM é declarado como tendo um alcance de 9 milhas (não tendo sido especificando o RCS do alvo) sendo que neste caso, o acoplamento ocorreu a uma distância de 7,5 Km / 4nm contra o F-5.

Seja qual for o míssil orientado por IR utilizado pelo JB01, ele foi acoplado por radar contra um Learjet-35 apresentando um aspecto quase frontal a uma distância de algo como 11 Km, lembrando que o Learjet é equipado com motores turbofan que se espera emitirem pouca radiação IR, este míssil atingiu o alvo em um voo de cerca de 9 Km que durou 6 segundos.

Aparentemente o JB01 passou despercebido por parte dos PP 01/02 que resultou no abate de BU02, se este era um recurso de grande valor foi uma falha significativa, mas abateram um caça do time vermelho e neste trecho do vídeo, ambos os Pampas sobreviveram.

Este combate foi BVR?


Um disparo BVR não significa necessariamente de longo alcance. Como a semântica sugere, BVR é um disparo contra uma aeronave que ainda não entrou no alcance visual do piloto. O exercício foi realizado no planalto central do Brasil, uma região que naquele período do exercício tem um clima que garante uma quase total ausência de chuvas e pouca nebulosidade, mas como se caracteriza como uma época de estiagem, condições de nevoa seca e fumaça são bem comuns, o que pode reduzir significativamente a visibilidade. 

O tamanho reduzido do F-5 proporciona a ele uma assinatura visual que em condições padrão, com boa luz do sol, permite sua visualização a partir de 4 milhas (7,4 Km), o Learjet-35 teria uma assinatura maior (considerando que aqueles presentes no evento, tem uma "camuflagem" cinza). A simulação sugere que eram dois em formação cerrada, o que contribui para uma localização visual. 

Não dá para dizer se a aquisição visual foi uma questão chave, pois ambos os mísseis disparados tiveram seus alvos acoplados por radar, portanto sem necessidade visual, isso colocaria ambos como casos BVR

É um tanto incompreensível o motivo pelo qual, JB02 mesmo tendo PP02 acoplado no radar não efetuou um disparo, algum tipo de falha no equipamento talvez, mas sua manobra rapidamente fez com que perdesse o acoplamento radar, ainda lhe restaria o HMD + Python, se estes estivessem disponíveis e seu alvo dentro do alcance visual, algo que não da para concluir com as informações disponíveis.

Embora um disparo de míssil BVR seja preferível de longa distância, nem sempre as condições ideais para que isto seja conseguido serão atingidas no campo de batalha, devido todas às incertezas naturais de uma guerra, por mais rigoroso que seja o planejamento de uma operação militar sempre haverá o fator surpresa.

Sabe se que em ambiente de exercício, devido as condições limitadas de validação de tiro como as vistas acima, os pilotos da FAB seguem uma tendencia de disparar seus mísseis dentro da "no escape zone" isto levaria a utilização de mísseis BVR a distâncias menores do que as possíveis para estas armas, o objetivo seria diminuir as chances de invalidação de seus disparos, isto também pode ter tido reflexo nas curtas distâncias envolvidas no combate visto acima.

A FAB e o exercício


A FAB está de parabéns por investir tanto em um exercício deste porte, e pelo trabalho dedicado ao exame minucioso dos engajamentos proporcionado pelo seu método de "Shoot validation", espero que em breve possamos contar com uma estrutura ACMI mais sofisticada aos moldes da utilizada pela USAF na Red Flag, o que seria muito útil para o treinamento de nossos pilotos em exercícios como este assim como na internacional CRUZEX.

Espero não ter exposto algum grande segredo da FAB em minha analise, visto que o vídeo é de domínio publico. Tomara que este artigo não leve a uma eventual censura de vídeos semelhantes no futuro. 

Mais sobre BVR no Blog:



Notas:


As distâncias apresentadas neste artigo dependeram da prévia identificação do local do engajamento com base no vídeo cuja animação foi sobreposta a uma carta de navegação daquela região, que sobreposta aos frames obtidos no vídeo e consulta da escala de distância das cartas permitiu as medições.

A área de treinamento SBR-601 utilizada no Exercício BVR2 / Sabre 
fica a noroeste da Base Aérea de Anápolis.


Sobreposição do vídeo sobre a carta WAC 
permitiu a medição das distâncias envolvidas no combate.

Glossário:


ACMI - Air Combat Maneuvering Instrumentation / Instrumentação de manobras de combate aéreo: O ACMI é um sistema composto por casulos de telemetria, e uma área coberta por estações de monitoramento e registro de telemetria. casulo ACMI tem o tamanho do corpo de um míssil Sidewinder que pode ser instalados no trilho de lançamento padrão do mesmo míssil, este equipamento mede a posição, velocidade, altitude, carga G e uma série de outros parâmetros transmitidos para as estações de telemetria dentro da área ACMI, o sistema serve entre outras coisas, para arbitrar combates aéreos simulados de treinamento ou testes, permitido validação de tiro de mísseis ou canhões, indicando em tempo real quem foi "abatido" na simulação. O sistema também faz o registro de todos os eventos da simulação permitindo uma posterior analise sendo uma excepcional ferramenta de debrifim, instrução e avaliação.

AEW - Airborne Early Warning / Alerta Antecipado aerotransportado (alerta aéreo antecipado): Consiste em uma aeronave de médio ou grande porte que transporta um potente radar e estações de controle aéreo para gerenciamento de batalha, devido ao fato de poder carregar um radar de grande potência e posicioná-lo em grande altitude, permite alertar sobre ameaças antes de qualquer outro sistema eletrônico do campo de batalha.

aspecto (ou "ângulo de aspecto"): O ângulo de aspecto é a medida em graus entre a extensão traseira do eixo longitudinal do teu alvo e a tua linha de visada. É o ângulo que indica o quanto a tua linha de visada está fora de alinhamento com a calda do alvo (seis horas). Desta forma um alvo que vem em tua direção terá um grande valor de ângulo de aspecto, já um alvo que se afasta de você terá uma baixo valor de ângulo de aspecto, como este é em relação à tua linha de visada a direção em que ele está em relação a você é irrelevante na medição.

Boresight - Este termo se refere ao estreito campo visual de um sistema de observação (e pontaria) quando paralelo ao eixo longitudinal da aeronave ou míssil, este termo provavelmente tem sua origem na época em que a única artilharia de um avião de caça era as armas de cano (metralhadoras e canhões) e seu campo visual de pontaria era bem limitado, pois o eixo de tiro de tais armas geralmente é paralelo ao eixo longitudinal da aeronave. A pontaria dos mísseis hoje em dia pode ser acoplada ao radar em ângulos fora deste eixo (+/- 60° fora do eixo boresight) ou em ângulos ainda maiores pelo uso do HMD (+/- 90° fora do eixo boresight).


bugagem: corruptela do termo original da língua inglesa "bugged" para o primeiro estágio de acoplamento radar, é um acoplamento "virtual" feito pelo processador de sinais do radar "grampeia" um contato refinando suas informações, de forma que este é considerado como rastreado, embora o padrão de busca da antena radar não fique dedicado ao alvo em questão.

Bullseye / Olho de boi (alguns traduzem este termo como "antena") é um ponto de referência utilizado por membros da OTAN/USAF e em geral pela aviação militar ocidental, de forma que qualquer ponto ou objeto de um campo de batalha pode ser relacionado em termos de direção e distância de um ponto específico. Para evitar que este ponto de referência seja identificado pelo inimigo é alterado todos os dias, e os sistemas eletrônicos de bordo dos aviões militares de hoje tem suporte para utilização deste ponto de referência dinâmico.

Callsign : nome de código para chamada de rádio, Na força aérea brasileira cada esquadrão tem um nome específico.

Chasse: Aeronave acompanhante, com função de checagem ou arbitragem.

Derby: Míssil de orientação por radar ativo de alcance BVR, de fabricação israelense utilizado pela FAB.

DTC: Data Transfer Cartridge / Cartucho de transferência de dados.

elemento: formação de duas aeronaves de caça, o elemento é a unidade mínima da aviação de caça. Sua organização administrativa é dividida entre a aeronave (ou piloto) "líder" e a aeronave (ou piloto) ala. Lead e Wingman em língua inglesa.


elint - electronic inteligence / inteligência eletrônica: missão de reconhecimento com base em monitoramento de sinais eletrônicos.

Fox-3: Código para mensagem de rádio informando lançamento de um míssil ar-ar de orientação por radar ativo.


GPS: Global Positioning System / Sistema de posicionamento global.

HMD-  Helmet-Mounted Display / visor montado no capacete:  este visor permite fazer o acoplamento de um míssil a partir do alvo que o piloto vê através dele.

HPT: - High Priority Tracks / Rastreio de alta prioridade. rastreio com atualizações mais rápidas de leitura radar.

HUD:  Head up display - Visor de cabeça erguida - O HUD é um mostrador transparente localizado sobre o painel de instrumentos da aeronave (e ao nível dos olhos do piloto) e exibe  várias informações pertinentes ao voo e navegação, o HUD também é alinhado com o eixo boresight da aeronave o que permite também que se faça a pontaria das armas. O significado da sigla vem da época em que tal sistema entrou em serviço, até então o piloto precisava desviar seu olhar para baixo para fazer a leitura dos instrumentos do painel para obter informações sobre voo e navegação.


IR: Infrared / infravermelho - faixa de radiação eletromagnética correspondente á radiação térmica (calor), refere-se á sistemas de orientação de mísseis que rastreiam o "calor" da aeronave alvo.

locar: corrupitela de "lock on" (trancamento) é um acoplamento radar no qual tal aparelho concentra toda sua energia no alvo em questão para leitura mais apurada de vários parâmetros para pontaria e disparo de armas.


no escape zone / zona sem escapatória: É uma região do envelope do míssil dentro da qual não importa se o alvo de meia vota e tente fugir do míssil, o míssil terá energia suficiente para alcançá-lo.

off-boresight: ângulo fora do eixo boresight.

Pacote - "Emprego em Pacote" ou também "Missões Aéreas Compostas" Empregar, organizada e coordenadamente, um elevado número de aeronaves, de forma a saturar e atingir uma grande quantidade de objetivos em território inimigo. Isto tudo em determinado intervalo de tempo, regressando também de forma coordenada.

Python: Míssil de curto alcance de orientação por radiação IR de fabricação israelense utilizado pela FAB.

RCS: Radar Cross Section / Seção reta radar - índice ou medida da superfície refletora radar de determinada aeronave, também conhecida não muito adequadamente como assinatura radar de uma aeronave.

RWS-SAM: Range While Search - Situational Awareness Mode / Alcance enquanto busca - modo  de consciência situacionalé um sub-modo de operação radar otimizado para ganho de alcance na tarefa de busca, que permite o acoplamento virtual de um determinado alvo e ainda assim oferece algumas informações sobre outros contatos em torno do alvo acoplado permitindo uma melhor consciência situacional sobre as aeronaves na região do alvo.

RWR: Radar Warning Receiver / Receptor de alerta radar - Sistema eletrônico passivo que detecta sinais de radar que o iluminam, fornecendo alerta de eventual iluminação radar, e locagem, fornece a direção do contato e conta com certa capacidade de identificação do radar em questão.


TWS-HPT: Track While Scan - High Priority Tracks / Rastreia enquanto varre- rastreio de alta prioridade: é um sub-modo de operação do modo TWS do radar otimizado para rastreio de alvo manobrável com atualizações de informação mais rápidas que os outros modos. Adequado para situações de curto alcance. Neste modo de operação acontece uma locagem real do alvo com o radar focalizando sua antena e toda a sua energia no alvo.

TWS-STT: Track While Scan - Single Target Track / Rastreia enquanto varre - rastreio de alvo único: é um sub-modo de operação do modo TWS adequado para o acoplamento de armas e o emprego de mísseis de orientação semi-ativa. Neste modo de operação acontece uma locagem real do alvo com o radar focalizando sua antena e toda a sua energia no alvo


Um comentário:

  1. Belíssima análise. Muito obrigado pelo trabalho didático em expor todos estes elementos de forma concisa e compreensível. Favoritei seu blog!

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