"Kill marking" indicando um abate de Typhoon pintada na fuselagem de um MB-339 italiano*.
É claro que o abate foi simulado, mas rouba um pouco
da atenção do grande e poderoso Typhoon para o pequeno notável Gripen. Até
então o Typhoon era invicto e mesmo o incrível F-22 Raptor já havia perdido
para um F-16 Viper.
F-22 Raptor, o primeiro caça de 5º geração a entrar em serviço, tecnologia de ponta custo altíssimo.
F-16 Viper abate F-22 Raptor
Em fevereiro de 2007 o 94º Esquadrão de Caça da USAF
operador de F-22 voou para Nellis nevada para fazer a estréia do Raptor na Red
Flag. Em um dos combates daquele exercício um F-16 do 64º Grupo Tático
Adversário conseguiu derrubar pela primeira vez em um ambiente de guerra
simulada o primeiro caça de 5º geração a entrar em serviço, e o F-22 talvez
tenha tido sua silhueta pintada na fuselagem de um Viper.
O então Tenente Coronel Dirk Smith (comandante do
94º naquela ocasião) fez uma declaração à revista Airforces Montihly sobre o
ocorrido:
"O 57º Grupo de tático Adversário se comprometeu
a alguma tática interessante não contida no cenário global de inteligência.
Isto envolve ameaça surpresa, geralmente caças da Força Aérea Vermelha,
entrando na batalha aérea inesperadamente. A equipe da Força branca [controle
de exercício] iria confirmar que a ameaça era Vermelha e Força Aérea Azul [os
"mocinhos"] tem que reagir. Um piloto designado para o 64º Esquadrão
Agressor conseguiu seu primeiro abate de F-22 na Red Flag. "Pelo menos
metade da tripulação do 94º Fighter Squadron tinha menos de 50 horas no F-22 e não
importa quão mágico seja o F-22, qualquer piloto pode cometer um erro."
A beleza do exercício Red Flag é que nós podemos ir lá e praticarmos nossas
táticas em um cenário desafiador, comete-se um erro, aprende-se uma lição, e
ficamos mais bem preparados para o combate atual".
Com o passar dos anos, os caças tem sido expostos a mais combates simulados,
e tem surgido mais "kill marksings" mudo a fora,
aqui a silhueta de um F-22 na fuselagem de um EA-18 G Growler
versão de guerra eletrônica do F/A-18F Super Hornet)
e tem surgido mais "kill marksings" mudo a fora,
aqui a silhueta de um F-22 na fuselagem de um EA-18 G Growler
versão de guerra eletrônica do F/A-18F Super Hornet)
Antes disso, já havia circulado na
internet uma imagem do F-22 (supostamente do 27º Esquadrão de Caça) na mira de
um F/A-18E ou F, o que gerou muita polêmica, como era apenas uma imagem sem
maiores informações sobre como se deu aquela foto de HUD, tudo ficou mais como
uma mera curiosidade e um simples troféu para os inimigos virtuais do F-22.
Imagem da câmera do HUD de um F/A-18 E/F flagra um F-22 na mira.
Meros exercícios de treinamento apenas
focados em dogfight (combate aéreo a curta distancia) 1 x 1 (um caça contra um
outro caça) podem ser iniciados em três configurações diferentes, neutro ofensivo
ou defensivo. Uma situação neutra coloca os dois adversários em uma geometria
posicional na qual os dois estão em condição de igualdade (desprezando as
diferenças entre as máquinas), uma situação inicial aonde ambos vêm para o
combate "cara-a-cara" é um exemplo. Nas situações ofensivas ou
defensivas, o piloto em treinamento deve mostrar suas habilidades em manter a
vantagem caso ele esteja no papel ofensivo, ou tem que se defender de um
atacante em suas seis horas (retaguarda) quando no papel defensivo. Quando em um
exercício de dogfight como este é feito contra uma aeronave moderna como o
F/A-18 Super Hornet em posse de uma vantagem inicial, pode se mostrar um
desafio difícil até mesmo para o piloto dentro de um F-22 Raptor.
Em um exercício como a Red Flag onde é
simulada uma complexa operação de guerra com muitas aeronaves diferentes com
mais adversários em uma situação mais próxima da realidade, as variáveis são
muitas e é ai que as coisas inesperadas acontecem, e é lá que uma vitória,
mesmo que simulada, ganha uma importância maior. Foi mais ou menos o que os
Gripens encontraram na Spring Flag naquele mesmo ano.
Gripen cara-a-cara com o Eurofighter, grande diferença de porte.
Gripen abate Eurofighter
Alguns meses antes a Força Aérea da Suécia
não havia perdido nenhum Gripen para os F-15 e F-16 Agressores na Red Flag
Alaska, então chegou à vez da Força Aérea Húngara voar para a Itália levando
seus recém adquiridos Gripens para o seu primeiro deslocamento internacional
participando da Spring Flag 2007.
O Então Coronel Nandor Kilian da Força Aérea Húngara comandante da equipe no exercício relata o
evento:
"O objetivo do exercício,
"deslocar nossos Gripens além-mar, operar com o mínimo de apoio a partir
de uma localização austera, ser interoperável e cooperativo - e expor nossos
pilotos a uma situação aérea com grande número de aeronaves. Nós fomos com quatro
aeronaves - dois Gripens D e dois Gripens C - mais nós voamos todas as missões
operacionais com os D de dois assentos para dar o máximo de exposição a experiência
para a nossa equipe de nove pilotos.
O Exercício Spring Flag 2007, realizado na
Base Aérea Decimomannu na Sardenha italiana, foi um dos maiores eventos da OTAN
envolvendo meios de combate da França (E-3), Alemanha (F-4F ICE), Itália (AV-8B, F-16C , Tornado ECR e Eurofighter
Typhoon), OTAN (E-3) e Turquia (F016C). O apoio de guerra eletrônica foi
fornecido pela aeronave dedicada Falcon 20 jammer da MEWSG (multi-service
electronic warfare support group) da OTAN. As aeronaves tanque eram da Itália, Reino
Unido e Estado Unidos da América.
Os Gripens voaram como parte da 'Força
Vermelha' (bandidos), conduzindo largamente batalhas aéreas além do alcance
visual (BVR) contra a 'Força Azul'.
O Coronel Kilian recorda:
"Nós voamos 24 sortidas no exercício
de duas semanas, e nós lançamos todos os dias as duas aeronaves Gripen D
planejadas. Nós fomos os únicos participantes que tiveram 100% operacionais com
as aeronaves programadas.
Na Hungria nós não temos oportunidade de
treinar com um grande número de aeronaves, mas na Spring Flag nós encaramos
pacotes COMAO (Operações Aéreas Combinadas) de 20, 25 ou 30 aeronaves. O valor
deste treinamento para nós foi o de trabalhar com muitas aeronaves no nosso
radar - e mesmo com a nossa limitada experiências concluímos que o radar do
Gripen é fantástico.
Nós vimos os outros a grande distância, nós
podíamos discriminar todas as aeronaves individuais mesmo em formações
apertadas e usando modos estendidos. A interferência eletrônica quase não teve
efeito sobre nós – e isso surpreendeu muita gente.
Outras aeronaves não conseguiram nos ver -
nem no radar - nem no visual e nós não tínhamos jammers para nos proteger
deles. Nós conseguimos um abate Fox 2 contra um F-16 que curvou entre nossos
dois jatos e ele nunca viu o segundo cara e foi um tiro perfeito.
Nossas armas e táticas foram limitadas
pelas regras da Força Vermelha, e em um exercício com este a Força Vermelha
esta sempre mais sujeita a morrer, mesmo sem nossos AMRAAMs e data link nos
conseguimos oito ou dez abates. Muitas vezes nós não tínhamos nenhum apoio
AWACS ou outro radar de qualquer tipo, apenas com nossos sensores regulares de
bordo - mas voando com isto, "caças livres" (autônomos), nós
conseguimos três abates em uma tarde. Foi uma experiência muito boa para a
nossa primeira saída de casa.”
JAS-39 D Gripen húngaro na Spring Flag 2007.
O interessante é que os Gripens húngaros
tenham participado da Força Vermelha no papel de agressores, algumas fontes
indicam que eles estiveram lá para ser o componente de capacidade BVR do lado
inimigo, pelo declarado pelo Comandante Kilian, o míssil simulado não foi o
AIM-120 AMRAAM.
O Typhoon foi uma das 8 a 10 vítimas do Gripen (não
sei o motivo da incerteza na quantidade das vitórias, talvez questões de validação
de tiro), e eles operaram sem data link e algumas vezes sem apoio de AWACS, ou
seja, operaram sem explorar todo seu potencial devido a regras do exercício
onde simulavam um caça inferior.
Eurofighter Typhoon italiano na Spring Flag 2007.
Do lado Azul, um dos pilotos de Typhoon o Major Andrea
Argieri então com 200h (horas de voo) de Eurofighter,
1000h de F-104 e 800h de F-16, Alegou treinar frequentemente manobras básicas
de combate aéreo do tipo muitos contra muitos (4 x 4) e menos frequentemente (1
x 1), (2 x 2). O piloto com mais experiência de Eurofighter no Esquadrão (4º
Stormo) tinha 380 horas na aeronave.
Então, tome muito cuidado ao sub-julgar um
caça que você eventualmente considere inferior.
Nota: A imagem da "kill markings" no início do artigo foi adulterada por motivo meramente ilustrativo, a foto original contem duas "kill markings, Durante o exercício Starex um treinador MB-339 italiano (no papel de agressor) conseguiu duas vitórias contra o Typhoon, lá as Regras de engajamento muito restritivas permitiram a façanha. Os pilotos do Eurofighter eram obrigados a fazer identificação visual num cenário bogey (aeronave não identificada) sem permissão para engajamento "Hot" (cara-a-cara), o MB-339 usava AIM-9L Sidewinder (all-aspect), e o Typhoon não poderia usar iscas flare, como agravante (naquele combate) eles ainda tinham de lidar com alguns F-16 já identificados como agressores na área. Os pilotos de Typhoon alegaram que naquele exercício, conseguiram tantas vitórias contra o M-339 que a suas fuselagens seriam pequenas para tantas kill markings.
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